Por Sem. Diego dos Anjos Soares – Diocese de Novo Hamburgo/R.S.
Não menos que o próprio Cristo, somos todos chamados a seguir, em especial na Semana Santa, suas palavras que dizem:
“Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua CRUZ e siga-me.”
Lucas 9,23
A cruz, causa de escândalo para muitos, e motivação de oração pra outros, é sempre dolorosa de carregar. Isso tem levado muitos jovens a pensar que essa idéia é para um passado muito distante e não relacionada com as nossas aulas, trabalhos, amigos, família, etc. O que deve ser, porém, a cruz na nossa vida?
Celebramos na páscoa a cruz de Cristo, nosso amigo que deu a vida por nós (cf. Jo 10,15). Ela foi para ele a “passagem” (do hebraico páscoa, pessach) da morte para vida, o caminho para a nossa salvação. Ele, que é quem nos amou primeiro e mais plenamente que qualquer pessoa, tornou real aquilo que vinha anunciando e que devemos tomar como lema para a nossa vida de jovem cristão:
“Não há maior prova de AMOR que DÁ a vida pelo amigo”. (Jo 15,13)
AMOR foi o caminho que ele trilhou!
Hoje podemos perceber o quanto o mundo esta carente de amor. Olhar os nossos amigos é perceber como têm problemas no seu relacionamento em casa, olharmos a nós mesmos é vermos como temos dificuldades para amar a todos. Na escola, na rua, ninguém vê o próximo como um próximo, mas sim como outro, um alguém que nada tem a ver comigo.
Jesus, porém, passou pela cruz por todos. Por amor a todos! E então percebemos que a cruz não deve ser alguma coisa dentro da nossa vida, senão o próprio caminho pelo qual seguimos, um caminho de amor, “para que todos sejam um” (cf. Jo 17,22). A cruz que Cristo nos chama a tomar é a mesma que a dele, a qual venceu todo o sofrimento, dor, e sacrifício humano através de um amor divino.
“O AMOR COM AMOR SE PAGA, TODA CRUZ ABRAÇAREI”
Dar amor ao próximo é pagar o amor de Cristo abraçando nossa cruz. Disse Deus Pai a Santa Catarina de Sena que em nada o homem poderia alterar na infinitude da divindade de Deus.
“Eu não posso ser atingido, a não ser no sentido de que considero feito a mim o que se faz ao homem” (O Diálogo – Deus Pai a Sta. Catarina de Sena)
Resta-nos no amor em gratidão ao amor de Cristo, amá-lo no irmão. Amá-lo com gestos concretos, com a caridade cristã fraterna, com o serviço gratuito a quem é necessitado, com a anulação da murmuração e da reclamação de futilidades, com a ajuda aos carentes, e com o amor a quem de nós mais está próximo e também a quem mais temos dificuldades. Assim se ama a Deus.
"Pois como dizer que te amo, que vivo da adoração se o amor que me é dado não é dado por mim aos irmãos." (Toca de Assis)
“SE A JUVENTUDE VIESSE A FALTAR, O ROSTO DE DEUS IRIA MUDAR”
Vivendo o amor sacrifical de Cristo por nós nessa Semana Santa teremos impulso para viver esse mesmo amor no resto do ano. A Paixão do Senhor é a celebração litúrgica mais importante para nós jovens católicos Amigos de Cristo e é nosso dever morrer com Cristo para no Domingo ressuscitarmos com ele.
O propósito de nossa oração durante esses dias, e em particular no Tríduo Santo, será o implorar a Cristo que não o abandonemos na sua cruz. Pedir a Ele que possamos permanecer a seu lado quando todos os seus discípulos, a exceção de João, o deixaram só.
Se nós juventude faltarmos ao lado da cruz de Cristo, seu rosto iria mudar, como canta a música. Mais dolorida seria a agonia do nosso maior Amigo que por nós tem o maior amor que alguém nos pode dar.
Trilhemos, portanto, essa Semana Santa no Caminho do Amor e sejamos o amor de Cristo, primeiro a Ele mesmo quando estiver abandonado na cruz, e também o amor de Cristo àqueles que estão ao nosso lado nesses dias de Paixão.
A Cruz é critério indispensavel para uma vivência cristã coerente. No contexto em que vivemos, somos, mesmo por "Cristãos" induzidos,a negar o valor da cruz e do sofrimento unido à paixão do Senhor, em nome do prazer e da "felicidade" que anularia, segundo os propagadores dessa mentalidade, qualquer sofrimento que fosse, como se felicidade consistisse somente no "sentir-se bem". Diante dessa realidade é cada vez mais importante reflexões como essa, sobretudo, para a juventude que tem sofrido diretamente esse tipo de influência. Parabéns pela iniciativa de convidar os jovens a uma amizade plena com Cristo, não pelo que Ele pode fazer, mas pelo que Ele é: Deus. Deus abençoe!
ResponderExcluirParabéns pelo artigo Diego!