quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MARIA É NOSSA PASTORA DEPOIS DE DEUS

Dos sermões de São João de Ávila
(sermões 15 e 17: BAC 303 e 304, Obras completas do santo mestre João de Ávila, Madri J970, pp. 249-250 e pp. 192-193)


Cristãos! Ovelhas sois de Jesus Cristo, e ele é vosso pastor. Oh bem-aventuradas ovelhas, que tem tal pastor! Minhas ovelhas – diz o Senhor – ouvem a minha voz; e eu as conheço, e elas me seguem, e eu lhes darei a vida eterna, e não perecerão jamais, e não haverá nada tão poderoso que as arrebate-me da mão (Jo 10,27-28). Oh bendito tão bom Pastor! Bendito tal Senhor, Rei e Pastor!
Até Deus, a todos os principais, pastores; a todos os ocupava em guardar ovelhas, e dali se tirava uns para profetas, outros para patriarcas, outros para reis. Queria significar que Jesus Cristo havia de ser profeta dos profetas, patriarca, rei e pastor.

Também as mulheres daquele tempo, como era rebeca e Lia e Raquel e outras muitas, denotavam à Virgem sem mancha, que, depois de Jesus Cristo, não tem havido outra pastora, nem há quem assim guarde as ovelhas de Jesus Cristo, e, pois a Virgem sem mancha é nossa pastora depois de Deus, lhe supliquemos que nos apascente, alcançando-nos graça.
São Paulo diz que dava leite e presenteava a seus filhos pequenos e que, para ganhar a todos, se fazia tudo para todos; quanto mais verdadeiramente faria o oficio de mãe esta Virgem sagrada, pois sem nenhuma comparação lhes tinha maior caridade que São Paulo? Suas entranhas santíssimas se enchiam de consolação vendo que o fruto da paixão de seu benditíssimo Filho não saia gratuitamente, pois pelo mérito dela tanta gente se convertia a ele. E parecia-lhe que acolher e presentear, ensinar e esforçar aos que a ela vinham, era recolher o sangue de seu Filho bendito, que diante dos olhos dela havia se derramado por eles. Louvava a divina bondade, e nenhum trabalho lhe parecia pesado, e nenhuma hora era fora de hora para recolher aquele rebanho que entendia que o Senhor lhe enviava para que os aceitasse na graça do Senhor.

Muito bem soube o Senhor o que fez em deixar tal Mãe na terra, e muito bem se cumpriu o que estava escrito da boa mulher, que confiou nela o coração de seu marido. Porque o que seu Esposo e Filho Jesus Cristo havia ganhado no monte Calvário derramando seu sangue, ela o guardava e cuidava e procurava de acrescentar como fazenda de suas entranhas, por quais tais e tantas jóias tinha metidas. Bem aventuradas ovelhas, que tal Pastora tinham e tal pasto recebiam por meio dela! Pastora, não jornaleira que buscasse seu próprio interesse, pois que amava tanto às ovelhas que, depois de haver dado pela vida delas a vida de seu amantíssimo Filho, dera de muito boa vontade sua própria vida, se necessidade dela tiveram. 

Oh, que exemplo para os que tem o trato de almas! Do qual podem aprender a saudável ciência do regimento de almas, a paciência para sofrer os trabalhos que em apascentar-las se oferecem. E não só será sua mestra que os ensina, mas, se for com devoção deles chamada, lhes alcançará forças e luz para fazer bem o ofício.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

“Que santidade de vida, que jovens devemos ser!”


Falar de santidade para muitas pessoas é o mesmo que falar de coisas abstratas, incapaz de ser alcançada pelo homem; no que algumas pessoas se perguntam: a santidade não é somente para os padres e freiras? Então poderias dar uma resposta dizendo que a santidade é para todos os cristãos batizados. É pelo Batismo que somos salvos, como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (cf. CIC 1257); portanto, todo aquele que participa da família divina, ou seja, que é Batizado, pode e deve ser conduzido à santidade. Assim fica subtendido que o Senhor nos chama para sermos ‘santos como o nosso pai do céu é santo’(Mt 5,48 ) e isto é tarefa de cada cristão, de cada batizado.

Nunca a santidade foi ‘reservada’ somente para os Clérigos, Religiosos ou Consagrados. Existem vários santos na História da nossa Igreja não consagrados a Deus na vida religiosa:
Um exemplo para as crianças é São Tarcísio, menino que preferiu morrer amando o Cristo Eucarístico em deixá-Lo ser profanado em meio a uma perseguição contra o cristianismo.

Como modelo de santidade para a Juventude temos a grande Joana D’Arc, jovem francesa que atendeu à voz de Deus lutando na guerra para libertar a França; ou Beata Chiara Luce, em meio ao sofrimento nunca esqueceu de ‘amar a Deus sobre todas as coisas’; entregar todas as enfermidades nas mãos do Criador e ser a jovem mais feliz da Itália. E tantos outros santos jovens. Eles souberam imitar a Regra de São Bento 4, 74: “nunca desesperar da misericórdia de Deus”. 

Para os adultos podemos mencionar uma santa que tanto batalhou para a conversão de seus dois filhos, que queriam vingar a morte de seu pai, Santa Rita de Cássia, mãe de família e grande cristã. Esta soube “dar-se freqüentemente à oração” (Regra de São Bento 4,56). E foi somente pela oração que ela conseguiu, não somente a conversão de seus filhos como sua Santidade.


Em destarte, poderíamos enumerar vários outros santos, que seguiram modelos de santidade cristã e que hoje a Igreja os propaga e os torna modelo de vida para todos os Batizados. Esta é a santidade de vida, que nós jovens devemos ser. O segredo da santidade é simples: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo; orar sem cessar e pedir a graças da Fidelis Christi.

                                                                                                                                Seminarista Edivaldo Pinho,
Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil - SP


sábado, 10 de setembro de 2011

ORAÇÃO VOCACIONAL DO BEATO JOÃO PAULO II



Jesus, Filho de Deus, em quem habita toda a plenitude da divindade, Vós chamais todos os batizados a "fazerem-se ao largo", percorrendo o caminho da santidade.
Despertai no coração dos jovens o desejo de serem no mundo de hoje testemunhas da força do Vosso amor. Enchei-os do Vosso Espírito de fortaleza e de prudência para que sejam capazes descobrir a verdade plena sobre si e sobre a sua própria vocação.
Ó nosso Salvador, enviado pelo Pai para nos revelar o seu amor misericordioso, concedei à vossa Igreja o dom de jovens prontos a fazerem-se ao largo para serem entre os irmãos uma manifestação da Vossa presença salvífica e renovadora.
Virgem Santa, Mãe do Redentor, guia segura no caminho para Deus e para o próximo, Vós que guardastes as suas palavras no íntimo do coração, protegei com a Vossa intercessão materna as famílias e as comunidades eclesiais, para que estas saibam ajudar os adolescentes e os jovens a responder com generosidade ao chamamento do Senhor. Amem.

(Castel Gandolfo, 11 Agosto 2004)